sábado, 17 de abril de 2010

SAUDADE MALVADA

De repetente me bate uma saudade
Sabe aquela saudade vazia?
Que sempre causa agonia
Deixando o peito da gente
Fervendo igual um vulcão?

Sempre me lembro tristonho
Eu ainda sou menino
Mesmo tendo passado
Prá mais de cinco dezenas
O meu espírito ainda é criança
Com as suas fazes e etapas vividas

Curadas feridas, cicatrizes constantes
A minha essência se fez
Nessas estradas da vida
Fui mutante mutante
Para ter que me defender
E hoje me encontro vivido
Em um mundo perdido
De paz amor e carinho

As você se obriga
Ou mesmo é obrigado
Por lembrança do passado
Que essa saudade abafada
Que vive dando risada
Da nossa tristeza sofrida
Que nesse peito fez morada
Causando grande feria

Saudade é um bicha danada
Não tem doutor que cura
A malvada é assanhada
Queimando igual à fritura

O certo é que a gente acostuma
A não fazer o jogo dela
Se não é posto a mercê
Tornando a voltar a sofrer

De repente me bate uma tristeza
Quando volto a lembrar da saúde
De não puder ter mais idade
Para com ela brincar

Me contento com o tempo já ido
Com um coração já sofrido
Sem mais ter espaço
Para essa saudade malvada
Ter lugar para brincar

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