terça-feira, 23 de setembro de 2008

MINHA CASA

Na minha casa de chão batido
Com moveis improvisados
Tabuas servem de cama
Onde o meu sono é embalado

Tijolo de barro adobe
Com uma porta e janela de frente
Com corredor profundo
E uma única porta de fundo

Esteira é o meu tapete
Que na sala se faz enfeitar
A mesma esteira me serve
Para depois do almoço, descansar.

O telhado é variado
Zinco, papelão amassado
Não, nego, vários buracos
Por onde o vento procura entrar

No fogão de lenha e carvão
Cozinho uma coisa, não minto
Colher de pau vai mexendo
A ilusão do faminto

Com toda essa descrição
De nada me arrependo
Independente de tristeza e miséria
Nesta casa vou vivendo.
Salvador, 20/09/2008 às 21:39

AMOR E SAUDADE

No meu barraco de zinco,
Hoje sem luz e sem cor,
Não tem porta, não tem trinco
É só soluços de amor

Posso ate estar zangado,
Mas quando vejo o sorriso teu,
Fico todo enamorado
E grito bem alto
Que este mundo é meu

A minha saudade é simplesmente
Um calor bem espelhado
Mira-se em mim o presente
Revivendo o meu passado

Ainda digo que saudade é coisa boa
Com doces lembranças de alguém
Saudade essa dor que magoa
Mas que no fundo faz bem

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Amor travesso

Deus quando criou o mundo
O fez com tanta perfeição
Criou o amor e o menino
O platônico e a paixão

Penso, às vezes, com tanto espanto,
Quando vejo seu rosto lindo e divino,
Como posso amar-te tanto
Se, sou apenas um menino

Como isso me entristece
Esse amo de meninice
Amor platônico bem verdade
Amor travesso de menino.

domingo, 7 de setembro de 2008

Brasileiro, Por Que Não?

Sou brasileiro nato.
Legitimo neto de mestiço
De origem de cortiço
Morador de beco estreito
Onde carroça é transporte
Onde o bom dia e boa noite
Por quem passo tenho que dar.
Fui ensinado de maneira
Não pensar que é besteira
O respeito demonstrar.
Calçada lisa de passeio decorado
Estrutura paralela
Gasto sola de chinela
Tropeçando vou andando
Para frente vou seguido
O caminho do meu destino
O meu pão eu vou ganhar.
Aprendi que o trabalho
Engrandece o grande homem
Dignifica consciência
Com prudência vou andando
Enxergando todo canto.
Candeeiro é minha luz
Que do poste se reluz
Para que eu possa enxergar.
Adiante vou seguindo
Essa luz do meu destino.
Como o tino que eu tomo
Casaco velho e de pano
Calça cerzida remendada
Que o tempo fez rasgar.
Não por raiva mais por uso
De um segundo dono
De ser única para todos
Dentro de um simples e belo lar.
Felicidade com pobreza
Esnobando a vazia mesa
Onde o alimento fez faltar.
Onde a fome é que manda
Felicidade só de engano
Bebe água para dormir
E o estomago enganado.
Outro dia a mesma lida
Da ruim e triste vida
De não ter nenhuma lida
Ou padrinho pra bancar.
Independente da situação
Vivo alegre e satisfeito
Vivo sempre do meu jeito.
Carnaval tem todo ano.
Aproveito os desencantos
Vivo sempre no meu canto
Porque sirvo de exemplo
Da estatística demográfica
De um país que rir de graça
Da desgraça do faminto.
De um pedinte do destino
Triste sina de um menino
Que um dia se fez homem.
Contentou-se com tão pouco
Pois o esforço se fez grande
Sem mais força de lutar.
Independente de toda situação
Bate no peito e questiona
Brasileiro, Por Que Não?

Luiz Menezes de Miranda

Os seus cabelos brancos

Estes seu cabelos brancos
Que o tempo pintou
Mesclando gradativamente
De alegrias, desgostos e dor

Muitos mais foram às alegrias
Poucas foram desgostos e dor
O enbranquecimento dos teus cabelos
Tenho certeza
Foram feito de alegria e amor

Bem verdade já foram pretos
Reluzentes até brilhou
De tão negros que eram
Vamos saber quem desbotou

Felicidade colaborou
Com uma mecha em quantidade
Sabedoria forneceu alguma coisa
Mas quem o pintou mesmo foi à idade.
Salvador, 07/09/2008
Luiz Menezes de Miranda

sábado, 6 de setembro de 2008

ILUSÕES DO AMANHÃ

Se você é poeta sinta a sensibilidade de um poeta que dizem que é EXEPECIONAL , não mentira.
Luiz Menezes

Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim, que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar,
Sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um, o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo, que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer, eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.'
PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE) Este poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de excepcional.. Excepcional é a sua sensibilidade! Ele tem 28 anos, com idade mental de 15, divulguem para prestigiá-lo. Se uma pessoa assim acredita tanto, porque as que se dizem normais não acreditam?

Lágrimas

Lágrimas que pelo meu rosto correm
Seguindo caminhos desconhecidos
Regando os próprios poros
Lagrimas que agora as defino.

Lágrimas de ilusões
Que no sentido da mente
Faz-me tomar uma coisa por outra
Causando devaneio na mente.

Lágrimas de tristeza
Que me causas aflição
Parecendo uma flecha
Que me fere o coração

Lágrimas de desencanto
Que me faz chorar em compulsão
Deixando o soluço a mostra
Causando-me desilusão

Lágrimas de prazer
Essa sim me delicia
Causa-me satisfação
Contemplando minha alegria

Lágrimas de felicidade
Tem grande significado
Deixa o corpo em êxtase
Matando de vez a saudade

Porém tem uma lágrima
Que a gente nem imagina
É a lagrima do coração
Que chora por triste sina.

Luiz Menezes de Miranda 28/08/2008
Direitos autorais reservados

Tudo que vi

Na vida de tudo que vi
Nada me foi de passagem
Muitas foram mentiras
Poucas foram verdades.

Muitas vezes enganado
Deixei-me pelo medo levar
Muito mais por comodismo
Não porque querer aceitar

O menino que se torna homem
Sabendo enfrentar a mentira
Cria escudos de defesa
Quando homem se cria.

Mas quando aceita a mentira
Criando passividade
Vende-se a própria vida
Perdendo a liberdade

De tudo visto acima
Tomando com exemplo
Posso dizer com firmeza
Quem faz o homem é o tempo.
Luiz Menezes
Salvador 05/09/2008